quarta-feira, 24 de março de 2010

O miradouro de San Nicolás

Lá do alto, onde um frenesim de pessoas enchia uma espécie de praça, olhava-se uma cidade que se estendia em tons de castanho. Ouviam-se risos, guitarras, e caixas de instrumentos abertas apelavam ao donativo. Muitos sentavam-se num longo muro, com certeza feito para melhor se mirar a paisagem, outros preferiam ficar de pé a tirar fotografias. Acomodados no chão aproveitavam para conversar e partilhar um charro.
Dificilmente uma tarde de Sexta-feira poderia ser mais tranquila por isso a ida àquela esplanada fez todo o sentido. Respirava-se ar puro e quando os dois ciganos da mesa ao lado começaram a tocar abriu-se um sorriso geral. Palmas improvisadas acompanhavam o flamenco que saía daqueles corpos. Depois a colecta final. Gente descarada e feliz, comentou-se.
Com mais coisas para sentir, ainda houve tempo para olhar de novo as caras, os edifícios. A seguir iniciou-se a descida com a certeza de que há sítios onde tem que se voltar.

Sem comentários: