sábado, 24 de janeiro de 2009

As vírgulas


É incorrecto utilizar vírgulas entre o sujeito e o predicado, o verbo e seus complementos, o nome e o complemento nominal ou adnominal e noutras situações.
O uso da vírgula é obrigatório em orações intercaladas, subordinadas, adversativas, conclusivas e em dezenas de casos localizados pelo motor de busca.

Aplicar vírgulas no sítio certo é, no meu caso, tarefa complicada.
Agora mesmo, que deixo ficar mais uma para trás, não deixo de pensar se estará colocada no sítio correcto, se fará sentido a sua utilização. Pelo contrário, na frase seguinte se verá, faltarão, provavelmente, uma ou duas.
Fazem-me agora falta os tempos de escola primária quando as regras eram ensinadas e mais fáceis de cumprir. Nessa altura, e nos anos seguintes também, sempre se ouvia o ralhar da senhora professora, os chamares de atenção de ‘stores’ preocupados com a iliteracia geral.
Agora, cumprido todo o caminho educativo, assume-se a correcta utilização da língua portuguesa por uma geração inteira que realizou toda a escolaridade com distinção. Linhas bonitas para colocar num relatório a entregar em Bruxelas, assuma-se já.
Temo o abuso da vírgula e, com isto, acabo por me lembrar de um conselho dado por um professor de português, por alturas do décimo ano:
- Rapaz, colocas vírgulas a mais. Se tens dúvidas, não as ponhas pá, é preferível pecares por defeito.
Reconheço que sem elas, as tais vírgulas, as frases ficam mais fluidas. Nem desgosto, além de que, quem quiser pausas que pare. É só querer.
Por outro lado, uma maior desregulação nesta matéria poderá levar a uma elevada falta de rigor e até a indesejadas interpretações em relação à mensagem que se pretende transmitir.
Continuo, pois, na dúvida e, reconhecido o problema, exposta a limitação, declaro-me vulnerável à crítica alheia.
Quanto ao parágrafo e sua aplicação, outro assunto duvidoso, deixo-o para outra altura. Por agora é melhor não me desgraçar mais.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Valsa nova

Quando o azar impede dois dias de pausa, pouco se pode fazer.
Por um lado a cabeça resigna-se, por outro saboreia-se uma certa revolta.
Entre abanares de cabeça, experimenta-se uma valsa ao ouvido.
Ouve-se, volta-se a ouvir e embala-se, de tão simples, de tão leve.
Será possível apaixonarmo-nos por uma música?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

16º DNCD - Recessões vs Faixa de Gaza

Está um frio capaz de matar.
Coisas parecidas a esta têm-se ouvido por aí, nas ruas, a pessoas que passam cobertas de roupa.
O ano parece começar mal. Já não bastava a crise, que não nos larga, também o tempo quer atrapalhar. De sul a norte, persiste o queixume, justo, de quem não vê motivos para se alegrar.
Entre desempregados, mal pagos e engripados, aguardam-se melhores dias e subidas de temperatura.
Para lá do Mediterrâneo caem bombas.
A fraca imaginação não me permite desenvolver grandes teorias sobre o modo de pensar de quem, anos a fio, encara a catástrofe como modo de vida. Nessa bizarra rotina sobrevive-se, sabe-se lá até quando.
Por aqui, haveremos sempre de tremer quando Janeiro chegar e a crise, que dura há séculos, há-de continuar porque é nossa. Por lá, novidades haverá poucas. Talvez a história dos danos colaterais, que já é coisa do passado. Afinal de contas, o objectivo assumido é acertar com o míssil na escola.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Um ano

Há um ano atrás fazia o primeiro rascunho.
Para me lembrar da data deixo uma posta sem qualquer conteúdo.
O tempo passa mas algumas ideias ficam.