quarta-feira, 28 de outubro de 2009

21º DNCD - Bússola vs GPS

- Insira o seu destino - solicita uma voz mecanizada.
- Se eu o soubesse não te perguntava – responde-lhe uma outra, familiar.
À tecnologia cabe o papel de facilitar a vida às pessoas e que não se coloquem em causa as capacidades do aparelho. Mas a electrónica vive do utilizador, sem a sua acção estamos conversados.
À espontânea bússola não se lhe diz nada. Sem ordens, aponta direcções antes que o ser mais inerte se tenha sequer pronunciado.
Indica sempre a mesma, é certo. Ou se segue ou se escolhe outra, ou se respeita o sentido ou se contraria indo pelo oposto.
Gosto de bússolas, mais do que de GPS’s.

sábado, 10 de outubro de 2009

E se acreditasse em heróis: Sérgio Godinho

Olho um álbum na prateleira.
A capa está partida, as folhas gastas do uso e, vendo-o ali, recordo-me do tempo que tem. Não conto as vezes que tocou, que se cantou ou o conforto que provocou a cada poema escutado.
‘Rivolitz’, prenda de Natal aos dezassete anos, foi só um começo. Seguiram-se todos os outros, os de antes e depois. Hoje são presente e as músicas imortais, seja em que versão for.
Face à obra do herói escasseiam adjectivos. Por isso, limito-me a segui-lo com o fascínio de um adolescente.
Quanto ao álbum, já toca.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Calor

A chuva que agora cai anuncia o esperado.
Para quem vive na ilusão de eternos dias de sol e rejeita outros cenários que não o céu azul, esta visão é como que uma queda no mundo real. A cada bátega de água, o corpo vai-se mentalizando. Se calhar, o bom tempo está de partida.
Mas o ar que se respira é quente, abafado e a roupa é ainda a de Julho e Agosto. Daqui por umas semanas, quando o vento arrefecer, talvez se caia numa onda pessimista. Por enquanto, não há motivo. Para além do mais, acho possível que se passe um Inverno inteiro sem que se sinta um só arrepio.
Irrealismo? Os anos não são muitos, mas já deu para ver que, com gente, tudo é possível.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A batida

Escrever sobre o que acontece ou acontecer o que se escreve?
Vá-se lá entender o planeta das coincidências e dos acontecimentos estranhos.
Os crentes que acreditem, os outros que encolham os ombros. Das coisas que não se explicam pouco se consegue dizer.