domingo, 26 de outubro de 2008

Dia inchado

Não, não me esqueci.
Encontro-te às últimas horas, a ti, que sem mérito próprio vives mais tempo.
Tu, que anuncias os dias frios e as noites às cinco da tarde, bem podes agradecer a esse oculto padrinho, senhor desta injustiça, único responsável por mais este desequilibrar de forças.
Fica sabendo que Março chega depressa.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

15º DNCD - Anos vagos vs Dias úteis

Esta história parte do começo.
Inicia-se pelo princípio, naquele instante em que alguém se lembrou de gerar vidas, de as fazer viver e de lhes pôr termo.
Começa por isso sem argumentos, com a certeza de acabar sem sucesso, certa de cair no fracasso. Aqueles que dela conseguirem ver mais que isto, mais que uns quantos anos a passar tempo, lhe dêem o devido andamento.

Viro-me para o palpável.
Os dias passam, o tempo encarrega-se disso. Por entre cambalhotas e soluços, parece caber-nos achar a melhor forma de os ocupar.
Opções não faltam e não é precisa grande imaginação. Já muito foi inventado, agradeça-se aos antepassados. Assim...
Namoros e engates, com tentativas pelo meio, andarão no top de escolhas. A seguir, os empregos e outras chatices.
A televisão, invenção recente, não estará mal colocada, se bem que corra o risco de vir a ser ferozmente ultrapassada pelo hi5 e pelo messenger.
O sudoku e o solitário também farão parte da lista. Quanto às artes, ao trabalho e às viagens, andarão pelo fim da tabela.
Como me esqueci do futebol, das refeições e de outras prioridades, tenho a conversa estragada. Deveria recomeçar, apontar num papel para não me esquecer de nada, mas já não há paciência.
No fundo, caberá a cada um achar as suas utilidades, por muitos ou poucos que sejam os dias em que se queira investir.
Nessa certeza, decido acabar, mas um sopro de última hora faz-me lembrar de outra coisa.
Atordoado, hesito, sem conseguir encaixar essa tal coisa do ‘amor’ nesta segunda parte do texto. Prometi, a mim mesmo, que a primeira ficaria, hoje, por aqui.