domingo, 24 de julho de 2016

Pai e filho

Viu-se vivo, deu um passo e, sem mais nada, descobriu: Era gente, tinha nome, tinha graça, era assim. Muitos passam (vão dizendo), já passaram por aqui, E agora és tu quem passa, sobe à praça, vem sorrir. E às tantas perguntas, que tu fazes porque sim, Dizem: esquece, sobe à praça, nunca te afastes daqui. E se insistes, inquieto, pelo sim e pelo não, Com um abraço aconchegado, dão-te um beijo, dão-te a mão. Dias passam, anos correm, e tu sem nada saber, E ao teu lado segue a marcha, passo firme, a correr. E aos poucos já não tentas, vais de embalo na canção, Estás apenas a viver, ouves já com atenção. Diz que ali nasceu mais gente, tu caminhas a cantar, Afinal vais ser primeiro, porque a praça queres mostrar. À questão do forasteiro, nem sequer vais responder. Isto é assim, companheiro, a isto diz-se viver.

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